As malformações cardíacas ocorrem em 5 a 10 para cada 1000 recém-nascidos vivos e em torno de 30 a cada 1000 natimortos.
Sabe-se que as causas são variáveis podendo relacionar-se a história de cardiopatia materna ou paterna, doenças e infecções maternas, uso de drogas, síndromes fetais, entre outras. Apesar de todas essas associações, 90% dos fetos com alterações cardíacas são de famílias sem nenhum fator de risco. Este fato reforça a importância do rastreamento de malformações cardíacas pelo exame de ultrassonografia obstétrica.
A suspeita de uma cardiopatia fetal pode ser levantada durante a ausculta dos batimentos cardíacos nas consultas de pré-natal ou, mais frequentemente, durante o exame de ultrassonografia obstétrica. Em qualquer das circunstâncias o casal deve ser referenciado ao especialista em ecocardiografia fetal (cardiologista pediátrico) para que o diagnóstico seja realizado.
O acompanhamento interdisciplinar envolvendo obstetra, fetólogo, cardiologista pediátrico, neonatologista, cirurgião e psicólogo é muito importante na rotina pré-natal dessas pacientes.
O seguimento pré natal com ultrassonografia objetiva controlar o crescimento e possíveis sinais de descompensação cardíaca fetal.
Quando a cardiopatia tem indicação cirúrgica, recomenda-se o nascimento do feto já maduro para que tenha maior probabilidade de suportar a cirurgia e ter bons resultados pós- operatórios.
O prognóstico da cardiopatia depende de muitos fatores, entre eles o diagnóstico pré-natal nos casos de maior gravidade, possibilitando, assim, o planejamento do parto em centros de referência, aumentado a chance de sobrevida do recém-nascido.
Dra. Cristina S. Soncini Buratto CRM10302